Amar demais

Amar de mais leva as pessoas a aceitar e desculpar todo o tipo de atitudes dos outros, como por exemplo a falta de respeito, a humilhação, a mentira ou a traição.
Mas como podemos nós ser respeitados se não nos respeitamos a nós próprios?
Como qualquer outra dependência, esta tendência para dar, agradar, e até para tentar mudar os outros pode levar as pessoas a um grande sofrimento. Trata-se aqui de viver a vida e os sentimentos dos outros, e, quanto maior for a tentativa de controlo sobre os outros, maior se torna o descontrolo de si próprio, e a sua dependência dos outros.
A “co-dependência” leva muitas pessoas a viverem em outo-anulação, e se não tomarem consciência dos seus padrões destrutivos e autodestrutivos, podem chegar a viver uma vida inteira convencidos que são traços da sua própria personalidade ou acreditando que a vida é mesmo assim.
Amar de mais tem como características, como qualquer outra dependência, a obsessão e a compulsão, o que leva uma pessoa a viver em função de outra ou de outros, por mais destrutiva ou disfuncional que seja a relação. Alguém que se deixe dominar por estes padrões cognitivos e comportamentais perde a liberdade de pensar e agir em função dela própria, dos seus valores e princípios. Esses padrões tornam-se autênticos vícios. Amar demais não nos dá amor nem liberdade, mas talvez, ansiedade, desgaste, medo, raiva e culpa. É uma luta constante no sentido de dar, de agradar, mudar e salvar os outros para nos sentirmos úteis, necessários e muitas vezes imprescindíveis. Fazemos tudo o que está ao nosso alcance para atingirmos os nossos objectivos, mesmo que para isso seja necessário idealizarmos o outro ou até mesmo culpabilizarmo-nos para desculpabilizar o outro.
Fazemos tudo em função do outro ou da relação e esquecemo-nos de nós próprios e da nossa relação connosco.
Consequentemente, tudo aquilo que serve de base para uma boa relação connosco próprios, logo com os outros e com a vida, fica esquecido. A minha referência é à auto-estima, autoconfiança, auto controlo, segurança, limites, etc.
Esquecemo-nos de nós, do que é bom para nós, do que nos faz sentir bem. Pensamos em dar e muitas vezes não nos lembramos de receber. Viver em função de algo que nos traz angustia e sofrimento é, sem sombra de dúvida, um caminho auto destrutivo que vamos percorrendo se não conhecermos ou não nos ensinarem outro.
«Amar de mais»

Tristeza, sou eu, longe de ti...


Tristeza,
não é a casa vazia,
não são ruas desertas,
nem a falta de dinheiro,
nem mesmo o tempo nublado...

Tristeza,
é uma dor muito forte,
que dilacera o coração,
e coloca tudo em desarmonia.

Tristeza,
é a vontade de chorar,
as vezes sem motivo,
as vezes de saudade,
e tem saudade que nem tem nome,
tem saudade que dói,
mas não se sabe de onde vem...

Tristeza,
é o nó na garganta,
é a boca cheia de palavras,
e ninguém para ouvir.
É o retorno dos carinhos,
que não temos.
São as noites de solidão
a espera de alguém, que nunca vem.
É a triste certeza de amar solitariamente,
é sentir que em um encontro,
um só coração bate forte,
é a decepção de mais um amor perdido.

Tristeza,
é tudo aquilo que não conseguimos conter,
o que trasborda e faz ferida,
a distancia e a dúvida,
o desamor e a angústia,
a saudade e a carência

Tristeza,
sou eu a te amar assim,
o meu esperar sem fim,
a minha vida vazia.

Tristeza,
sou eu,
longe de ti...

Procurando esquecer-te.


Procurando esquecer-te!
Hoje tenho a dimensão exata deste meu sonhar com lembranças alegres, sofridas, angustiadas, de tristezas, dentro do meu coração existem recordações de uma vida vivida nas emoções...
Divagando sempre à procura do teu melhor sorriso, ou afago, o meu querer não quer lembranças procura o hoje, o agora, o sempre. Nas noites mal dormidas a respiração do teu amor. Que não está ao lado meu, como devia ser.
Corpo solto na entrega das seduções.
O dia que vem com luminosidade, flores e amores colhidas com o orvalho que cai na solidão só a tua presença me faria entender a vida que se consome.
Em que segundos são horas.
E assim as noites são abismais, quais sepulcros.
Para meus pensamentos te alcançarem, como gostaria de poder amar-te com a intensidade de outrora.
Hoje na vida procurando esquecer-te!
Só sei que morro aos poucos.