Sou livro aberto


Sou livro aberto no folhear da vida,
Sou alma disperta, sorrindo perdida
Cheio de sonhos que oferto em luz
Sou pássaro livre de toga e capuz

Nos meus sonhos feitos em letras...
Sorrindo aos versos de alguns poetas
Quero ser mensagem em símbolo de alma
Que lida ao de leve perfura e acalma

Como horas alegres feitas de esperança
Quero ser eu mesmo mas numa outra dança
Sou paisagem colorida, criada em espera
Sou bailado, sou esperança duma nova era

Fazendo desabrochar assim cada flor.
Nuns gestos de brilho feitos de amor
Quero ser o sorriso nos tristes dias
Tão tristes como os que não querias

O ânimo para os que choram sem voz
A esperança para todos e nós
No horizonte amarelecido da vida,
Que seja um sorriso, que seja guarida

Quero ser a pureza das palavras
Ditas ao serão de noites cansadas
Levar-te comigo nas asas da Saudade,
E fazer-me companheiro da tua realidade

Ser tudo isso dentro duma poesia
Meta audás que tanto eu queria
Mas fico na rama daquilo que escrevo
Ditando p’ra Vós o sonho que quero


Jót@

Disse a uma papoila


Minhas mãos escrevem o que a alma acena
E eu pedi p’ra elas escreverem de ti
Mas não disse á alma qual era o meu lema
E não foi preciso, olha o que escrevi…

Disse a uma papoila, disse
Que queria que ela visse
O que o meu amor fazia
Ela foi pairando e um dia

Correu, saltou, ficou parada!..
Foi atrás da minha amada,
Que correndo passou por aqui!..
Foi tão breve que quase não a vi,

Era tamanha a pressa dela!
Não tenho tempo, disse ela .
E qual raio partiu.
Deixando um beijo fujiu.

Tamanha dor causa ela
Mesmo da sua janela
Espreita a fuga e vai
Correndo sem ver que cai

Nas garras do seu amado
Qual papoila encarnada
Que brilha ao ser refletida
Nos abanões da minha vida

Jót@