Das noites que geram meus tormentos


Das noites que geram meus tormentos
Há um silêncio comum às poesias.
Há sete luas que são sete momentos
De outros amores que nunca viram dias.
Não o sendo se perdem como tantos

Há pedaços que não me deixam mais
Enrolados em algum fiel desencanto
Em pássaros de fogo que não são iguais
À mais remota vaga deste meu canto.
Que tanto me leva ao morno pranto

Nestas noites que me levam para onde,
O espectro de alguém fica mais perto;
É sempre a minha voz que me responde
Repetindo apenas um nome em concreto.
Como que me percorrendo ainda sonde

Das outras parangonas que tanto amargo
Há uma mais melancólica que as demais
Mora entre a saudade de algum afago
E um sorriso de criança sorrindo aos pais
Nesta solidão imensa em que me apago

Das noites surdas que me invejam
As mais lavadas são aquelas em sintonia
Com uma alma gémea à minha flamejam
Rajadas de palavras em forçada alegria
Contando das vidas casos que sobejam

Bem sei que a vida é feita de perdões
E a minha tem forçosamente de ter muitos
Mas, de todos aqueles em que os vilões
Perdoando voltem a ver-nos juntos
Um eu sei, não volta aqui por muitas razões

Nem eu quero que volte nunca mais
De amarguras já eu sei o que é bastante
Se outras coisas eu tivesse sentindo iguais
Em quantidade, não teria agora como amante
Amarguras, vazios e outras tristezas que tais

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