Coloquem rumo sob o meu olhar


Coloquem rumo sob meu olhar,
Promessas de perene fantasia
Calor nas palavras que eu ditar
Mas não me privem de companhia

Deixem que eu vá sempre sonhando
Se a vida me der o que mereço
E eu souber usufruir dela amando
Serei feliz, creio e mais nada peço

Varram da luz dos olhos, um envolto
Fechem algumas frestas, docemente
Coloque os ânimos a dormir, eu volto,
Um dia, um talvez, voltarei a ser gente.

Recorrerei aos gomos de outrora,
Um dia volver-me-ão a utopia,
Então caminharei de pé, e sem demora
Beijarei com minha boca, como algum dia

Cruel esta amálgama de conclusões,
Ouço uma cantiga sem consonâncias,
Partituras esquecidas sobre ilusões,
Se esquecido fui e em que circunstâncias…

Por detrás de alguma fantasia
Um rosto se esconde, e renascendo
Cada noite me dá nova alegria
Dum sonho de ontem. E até quando?

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