Um dia anularei todas as pontes


Um dia anularei todas as pontes
Que atam o meu ser vivo e integral,
À efervescência do mundo irreal,
E calmo escalarei até às nascentes.

Irei até às causas onde amora
A plenitude, o cristalino fulgor
Que me foi jurado em cada hora,
Como figura inacabada do amor.

Irei tragar a chama e o alvorecer
Irei beber a súplica dessa promessa
Que em opção num voo me atravessa,
E nela consumarei todo o meu ser.

Farei da razão o avesso dum clamor
E num grito atroz direi somente
Que a vida em mim sinta e atente
Dos meus motivos, o aquém amor

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