Vai embora minha "amiga"


Descobri que parte da minha inspiração
Emana de ti e isso deixou-me uma fobia.
Há excessivo tempo que não comia
As letras dos teus sonhos negros e sem razão,

Isso igualmente me deixa infecto, de amargura.
Entreguei-me ao mutismo duma vida nas obscuridades,
Nas silhuetas da tua casca e dos grumos da tua figura.
Isso deixa-me afinal mais apinhado de leviandades

Agora retorno. Será?... Ou é só necessidade…
Arrebito dos vales toldados em que encapotei a poesia
E clamo bem fundo, golpeio-te as dissimulações da idade
Num murmúrio, grito "voltei". Até que não haja dia!

Mas, tu tens que fazer a mala, está bom de ver
É inaceitável que permaneças por maior prazo
Eu compreendo que persistas em permanecer
Vai minha amiga, já motivaste demasiado atraso

Vai… que análogo te agasalhe agora
Para mim basta, “cara amiga” teimosinha!!!
Olha lá longe outro errante…Vai embora
Esquece-me, deixa esta vida que é minha


Deixa-me aqui, que o mundo me espera
Ontem na minha sala choravas, hoje, não…
Não, não, não voltes ao mesmo, já era!
Suca!...Suca...Minha amiga Solidão.

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